O Ministério da Reconciliação - Lição 6 EBD
Lição 6 Trimestre 1 de 2010
Comentário da lição 6, do trimestre 1, de 2010, da lição da Escola Bíblica Dominical, CPAD/CGADB 2010.
Comentarista: Pb Cleber de Amorim.
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Título: O Ministério da Reconciliação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 5. 14,15, 17-21.
II Coríntios 5
14 – Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram.
“O amor de Cristo nos constrange”. Anteriormente, o apóstolo havia feito menção do tribunal de Cristo (vss 10,11), o que de certa forma constrange o crente a servir ao Senhor com diligência e compromisso. Porém agora o amor (grego= agapó tou Cristou) de Cristo também nos demove de uma posição estática e insensível, para uma vida constrangida (grego= sunecho) voluntariamente para a adoração viva.
Termos gregos:
Amor, grego - Ágape. Amor que vem de Deus; o amor divino. Cristo é o próprio ágape, e manifestou isso por nós. Aqui não fala de nosso amor à Cristo, e sim de seu amor por nós.
Constranger, grego - Sunecho. Fechar dentro de; impelir a um sentimento. Quando analisamos então o constrangimento citado por Paulo, perceberemos aqui uma exortação a um compromisso de reconhecimento deste amor. Por isso percebemos que os salvos têm este envolvimento e reconhecimento da obra reconciliadora de Cristo, e vivem de forma a respeitá-lo por isso.
15 – E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Continuando o pensamento do verso anterior, o verso 15 corrobora com a idéia de reconhecimento extremo por Cristo e sua morte. A mensagem clara aqui fala de renúncia de seu “Eu” por parte do salvo, pois Cristo morreu e ressuscitou por isso.
17 – Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
“Está em Cristo, nova criatura é”. Como já frisamos em comentários anteriores, a teologia paulina é extremamente voltada a experiência metafísica (não mística no sentido exotérico), na realidade de uma vida espiritual (Rm 89-11), na comunhão com o Espírito Santo e na transformação “real e literal” do crente a imagem de Cristo (Rm 8.29), e não de uma forma subjetiva ou teórico-teológica. Este verso expõe suprimidamente o pensamento do apóstolo, que expõe a mudança de natureza do salvo, e uma distância abissal entre a antiga e a nova criatura.
18 – E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação.
“Reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo”. Cristo é o único caminho e instrumento para a aproximação do velho e surrado pecador a seu criador. Cristo é o agente direto desta obra divina, com ações dirigidas e não autônomas. Em Cl 1.18-20, veremos Paulo expor a reconciliação por Cristo a todos os planos da criação, ou seja, material e espiritual.
“Ministério da reconciliação”. Ministério da reconciliação, ou em grego (diaconia da Katallage) fala do serviço de câmbio, ou seja da conversão de moedas, de bens a valores monetários. Seja como for, a reconciliação transforma a posição do homem perante Deus. Antes pecador e condenado, agora redimido e justificado! (Rm 8.33,34).
Termos gregos :
Diaconia em grego = Serviço, servir as mesas. Trabalho dos diáconos. Cooperadores dos bispos (sentido religioso).
Katallage em grego = Câmbio. Transformação completa. Modificação. No sentido eclesiástico, reconciliar, mudar a posição, valorizar.
19 – Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.
“Deus estava em Cristo”. Cristo é o agente ativo da reconciliação. O instrumento divino capaz de cumprir uma tarefa perfeita, uma missão impossível a homens, mesmo os sacerdotes dotados do ministério da intercessão e adoração. Impossível de ser realizada completa,mente pelo sangue de sacrifícios cruentos de animais, que apenas expiavam (cobriam) os pecados, dando assim um caráter imperfeito, precário e provisório ao perdão dos pecados.
A missão da reconciliação é de Deus Pai e Deus filho, com a confirmação do Espírito Santo na vida do crente. Portanto uma missão da trindade! A colaboração do Pai, estando com Cristo, fala da união pericorética Triúna, da indissossiabilidade da trindade, seja no céu e na terra. Pai, filho e Espírito Santo têm atuações diferentes, porém unidas na salvação da humanidade.
20 – De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
“Embaixadores de Cristo”. Em grego, embaixador é o presboumai. Essa designação tem origem na palavra presbítero ou ancião. Na realidade um embaixador deve ser um ancião na sabedoria e não somente na idade. Ele representa um estado, um governo, e defende suas práticas e modelo. Na realidade sua maior tarefa é abrir caminhos e fazer pontes, entre extremos ideológicos, culturais e comercias.
Logo nosso ministério e representar a reconciliação, seu modelo e “modus operandis”, ou seja, Deus em Cristo fazendo a obra no ser humano.
O verso também expõe claramente a possibilidade do homem de aproximar-se de Deus, e procurar a salvação para a sua vida.
21 – Àquele que não reconheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
“Aquele que não reconheceu pecado”. Jesus como Deus jamais poderia pecar! Pois seu sacrifício seria imperfeito. Ver Atos 3.14; João 8.46; Hebreus 4.15.
“O fez pecado por nós”. Esta citação de maneira nenhuma fere a anterior do mesmo verso. O fazer pecado aqui fala de uma identificação com a situação da humanidade caída. Foi a partir desta aproximação com os homens que Jesus pode cumprir seu ministério. Esta semelhança também pode ter conotação com sua humanidade. Seu sofrimento foi literal, na carne e com muita dor, sofrimento e angústia!
Por ser o cordeiro imaculado, é que a oferta de Cristo foi aceita pelo Pai, de forma eterna, perene e contínua.
TEXTO ÁUREO: II Cor 5.18.
“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação”.
NOSSOS OBJETIVOS NESTA AULA SERÃO:
* Conscientizar nossos alunos de que o ministério da reconciliação existe devido a obra expiatória de Jesus no calvário.
* A base do ministério de Paulo era o amor de Cristo.
* o amor de Cristo nos constrange e nos transforma.
DIVISÃO TÓPICA
1 – A VIDA PRESENTE E A FUTURA (5. 1-10).
1.1 – A confiança doutrinária de Paulo (vs 1).
1.2 – O anelo de Paulo pela vida além túmulo (vs 1-5).
1.3 – O tribunal de Cristo para todos os crentes (7-10).
O cristianismo através de Paulo trabalha fortemente a teologia de uma dedicação espiritual a Cristo, tanto nesta vida, como na futura. A esperança de todo cristão, não se amolda a visão judaica do reino terrestre implantado pelo messias (que para eles virá).
Antes tem sua visão focada para o eterno, o porvir. Paulo declara que se esperarmos em Cristo apenas nesta vida seremos os mais miseráveis dos homens! (I Co 15.19).
Então se Cristo não vem, e a morte chegar, cabe-nos a esperança da ressurreição do corpo! Uma idéia intrínseca do cristianismo. E ao deixar esta vida, estar nos cuidados e perante o Senhor Jesus (VS 8). Paulo também deixa claro que no corpo estamos ausentes desta presença (vs 6).
Quanto ao tribunal de Cristo, Paulo diz que na presença (fora do corpo e na presença dEle), ou fora dela (neste corpo e nesta vida), devemos ser agradáveis ao Senhor. O que em outras palavras fala de nossa vida reta perante Ele. O tribunal de Cristo, fala claramente de juízo. Não o juízo final, dos ímpios no trono branco (Ap 20). Mas ao que tudo indica um julgamento das obras dos salvos, e consequente galardoamento, relativo às obras. Na realidade, o grande juízo dos crentes dar-se-á no dia do arrebatamento, pois tanto os salvos que dormem tanto os que estiverem vivos serão transformados. E aqueles que morreram em falta, como aqueles que viverem em falta não subirão!
É justo pensar que todos os que serão levados no arrebatamento foram julgados aptos a isto, e como no céu não entra pecado, tantos os que forem como os que ficarem automaticamente foram julgados para isto. Logo na glória o tribunal de Cristo seria o tribunal dos redimidos, agora transformados da corrupção e gemidos da alma, para a glorificação do corpo (Rm 8.22,23).
Portanto o salvo não deve temer a morte, muito menos o que virá depois dela na eternidade. Mas este desejo deve estar dentro do salvo, o de estar pertinho de Deus!
2 – O AMOR DE CRISTO CONSTRANGE E TRANSFORMA (5. 11-17).
2.1 – A força da persuasão à fé em Cristo (vs 11).
2.2 – A grande motivação do ministério de Paulo: o amor de Cristo (vs 12,13).
2.3 – Um amor que nos constrange a viver integralmente para Cristo (vs 14-17).
Os comentários dos versos na leitura bíblica em classe abrirão nossos horizontes a uma exegese clara e abrangente, acerca da mensagem expressa pelo apóstolo aqui.
Na realidade, não só a realidade de uma vida além desta e suas conseqüências para a eternidade devem motivar ou constranger o cristão a servir a Deus. Isto poderia ter um caráter pretensioso, religioso, litúrgico etc. O peso da mente, a obscuridade dos sacrifícios, a limitação espiritual seriam uma tragédia para a comunhão com Deus. Este não é o caminho, visto que Cristo nos abriu um caminho para a liberdade, para a alegria, para a vida plena. Ele não nos obriga a o servir, ele nos convida com amor!
Seu amor é que deve nos convencer nos demover da escravidão do pecado. Se acreditarmos desta forma, e confiarmos neste amor, será salvos e reconciliados a Deus.
3 – O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO (5. 18-21).
3.1 – Reconciliação, palavra chave da nova criação (vs 18,19).
3.2 – O ministério da reconciliação.
3.3 – Embaixadores de Deus (vs 20,21).
A reconciliação em caráter expressamente teológico significa uma mudança de posição por parte do homem perante Deus. Antes de Cristo uma situação, depois dEle uma nova, completamente diferente.
O ministério (serviço) da reconciliação (do câmbio) é realizado por Cristo com a presença de Deus. E nós como embaixadores (anciãos representantes) abrimos oportunidades para que o mundo conheça o rênio de Deus e a sua justiça.
Somos construtores de pontes e estradas. De contatos entre este mundo e o de Deus, convidando os pecadores a se arrependerem e reconhecer a superioridade de Cristo e sua obra!
Deus abençoe a todos, e uma ótima aula a você caro professor.
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