Blog do Preletor Cleber de Amorim

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Lição 3 - A Glória das duas Alianças

Lição 3 Trimestre 1 de 2010

Comentário da lição 3, do trimestre 1, de 2010, da lição da Escola Bíblica Dominical, CPAD/CGADB 2010.

Comentarista: Pb Cleber de Amorim.
Contatos: 48 3433-9454; 8806-2526 - Criciúma SC.
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Título: A Glória das duas alianças

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 1.12-14, 21,22; 2.4, 14-17.

A sinceridade de Paulo
II Coríntios 1
12 – Porque a nossa glória é esta: O testemunho de nossa consciência, de que, com simplicidade e sinceridade diante de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco.
13 – Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou reconheceis; e espero que também até o fim a reconhecereis,
14 – Como também já em parte reconhecestes em nós, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus.


Paulo está explicando a sua demora em ir a Corinto
21 – Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus,
22 – O qual também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações.

II Coríntios 2
4 – Porque, em muita tribulação e angústia de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho.

A vitória de Cristo no ministério apostólico
14 – E graças a Deus que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro de seu conhecimento.
15 – porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.
16 – Para estes, certamente, cheiro de morte para a morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para a vida. E para estas coisas, quem é idôneo?
17 – Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.

TEXTO ÁUREO: II Cor 2.14.
“E graças a Deus que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro de seu conhecimento”.

IDEIAS CENTRAIS DOS TEXTOS

II Coríntios 1
12 – A nossa glória... O testemunho de nossa consciência... na graça de Deus.
A glória de Paulo aqui expressa o sentimento de alegria (orgulho?) de possuía diante de Deus uma consciência pura em relação ao seu ministério.
“Consciência é a voz secreta da alma, que aprova ou reprova nossos atos”, Boyer. As lembranças são difíceis de desaparecer dela, porém Deus um dia fará desaparecer de nossas mentes as lembranças das obras mortas (pecado), Hb 9.15. Em I Pe 2.19, fala-se que a consciência nos faz sofrer. A consciência pura, revela atos puros e a satisfação de andar em meio aos homens sem medo de condenações. E mesmo se elas vierem, serão injustas.
Quanto à graça (Xáris), Paulo descreve como o favor de Deus se revela a pessoas fracas, desprezíveis e de valor contestável, I Co 1.17-31. A graça confunde, surpreende e valoriza o salvo, em sua nova situação espiritual em Cristo.

13 – Outras coisas vos escrevemos.
A teologia mística e espiritual de Paulo. Sua visão radical sobre a superioridade do sacrifício de Cristo sob a lei de Moisés. Sua mente brilhante e altamente capacitada, ávida por revelações divinas, e capacitada para recebê-las, como no caso de seu arrebatamento, quando recebe revelações tão altas que os homens não poderiam compreendê-las (II Co 12), talvez fossem o motivo de críticas de alguns (II Co 10.10), ou até mesmo de um misto de admiração e complexidade por parte de outros como Pedro (II Pe 3.16).

O certo é que o centro da mensagem paulina é Cristo, e este como fundamento, base alicerce e esperança. Mas não somente como teólogo e teórico, mas como pastor e apóstolo, aplicando as verdades deste evangelho à prática de vida dos crentes. Com implicações às vezes de juízo e disciplina corretiva e preventiva e até mesmo preditiva.
De certa forma, Paulo está dizendo que embora de forma erudita, ele apenas falou da simplicidade de evangelho.

14 – Somos a vossa glória... vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus.
A reciprocidade aqui é descrita como um desejo do apóstolo. Paulo desejava ser reconhecido como ele reconhecia a igreja de corinto como à glória de seu ministério, dada a importância daquela cidade como capital de província e entreposto comercial de muita importância geopolítica.
Mesmo se houvesse a negativa da igreja coríntia, isto seria provado no dia do juízo no tribunal de Cristo. Paulo apela para esta linguagem não alegórica, mas real. Pois o tribunal de Cristo é real e acontecerá, onde se revelará o caráter de seu ministério, e intenções com aquela igreja.

Paulo está explicando a sua demora em ir a Corinto
21 – Nos confirma... e o que nos ungiu é Deus,
A unção tem um caráter sacerdotal, profético e real. Sua idéia é a de iniciação para um ministério confirmado e aceito por todos, inclusive Deus. O óleo é a marca da unção, e também símbolo do Espírito Santo, revelando o caráter literal e simbológico transcendente desta verdade. Jesus mesmo fala desta natureza unciológica em Lucas 4.16, quando declara estar apto (ungido) pelo espírito para realizar a sua obra messiânica. O termo grego Crios, é da mesma raiz que Cristo, que fala do messias – o enviado. Portanto a unção tem haver com missão e, ministério.
A confirmação aqui é descrita pelo termo grego Bebaios, que alude a uma raiz ou âncora, dando sentido de segurança, firmeza e convicção. O obreiro de Deus jamais deveria duvidar de sua chamada, pois ela é coisa séria.

22 – Nos selou... e nos deu o penhor do Espírito.

O selo fala de genuinidade, autenticidade e procedência de documentos na antiguidade, sejam eles reais, pessoais, profissionais etc. Um anel, um sinete um cunho eram ferramentas contendo o brasão oficial da realeza, família ou autarquia, que quando molhado em tinta espessa lacrava o documento conferindo-lhe crédito, ver Daniel 6.17.
O selo de Deus é o Espírito Santo que embora divino impregna-se no crente, conferindo-lhe posse divina e confirmação da salvação (II Tm 2.19). Deus prova que as manifestações de sua bondade são autênticas, Ap 7.2.
Porém o selo poderia ser usado de forma errada como o fez Jezabel contra Nabote, I Rs 21.8.
Já o penhor é uma linguagem puramente comercial. O vocábulo grego Arrabon, literalmente significa a primeira prestação de uma transação comercial, conferindo-lhe garantia. Assim na aplicação paulina, o Espírito Santo é a garantia de que a eternidade, a salvação e o céu são verdadeiros e confiáveis, e que o Senhor cumprirá a sua parte no trato, pois o Espírito é o próprio penhor, a primeira parcela do contrato chamado salvação.

II Coríntios 2
4 – Em muita tribulação e angústia de coração, vos escrevi,
“Tlifeus kardias egrafei”. Paulo usa termos gregos que falam de escrever com dores que paravam o seu coração, devido a sentimentos profundamente grandes que lhe enfermaram. Em outras palavras, a minha tristeza doía como um ataque cardíaco. Parece exagero, mas a linguagem descreve o estado emocional do apóstolo. Embora parecesse muito seguro de suas convicções, as lágrimas sempre estiveram presentes no ministério paulino (At 20.19,31). Em sua conversão deus declarara que este seria um ministério de sofrimentos (At 9.16). Ministério paradoxal este o de Paulo, grandioso e ao mesmo tempo sofrível!

A vitória de Cristo no ministério apostólico
14 – Nos faz triunfar em Cristo... o cheiro de seu conhecimento.
Triunfo é uma palavra linda, Triambeonti no grego. Os vencedores triunfam, despojam, dominam. A linguagem é bélica e militar. Paulo faz alusão da marcha triunfal dos generais romanos que voltavam em cortejo para Roma, trazendo despojos e prisioneiros de suas batalhas. Uns para morte e outros para a escravidão. Lembra de Jesus na entrada “triunfal” em Jerusalém? Ali ele foi recebido por muitos como o libertador de Israel! Ou seja, como um militar.
Havia cortesãos que iam a frente dos cortejos triunfais dos generais romanos, espargindo perfumes e essências aromáticas no ar, em saudação aos heróis. Alegria para o vencedor, e para os escravos que viverão. Tristeza para os que serão condenados a morte, em público, como escárnio e opróbrio.

Espiritualmente então quem está vencendo? Cristo ou nós? Paulo está dizendo aqui que quando somos vencidos por Cristo, na realidade estamos sendo vencedores, pois somos expostos como seus prisioneiros (Gr Doulos=escravos) literalmente. O triunfo é de Cristo, e paradoxalmente nossa prisão é a nossa salvação, Aleluia! Por isso a nossa derrota é exemplo para aqueles que querem vencer nesta vida. Nossa renúncia do pecado e suas delícias, a renúncia de nosso próprio querer para vivermos para Deus, é o perfume que impactará o olfato do mundo.
Esta verdade se difere em muito do triunfalismo propagado pelos modernos pregadores, que incitam as pessoas a pensarem que poderão vencer em todos os aspectos da vida. Pois nascemos para vencer, este é o nosso destino, a nossa saga dizem eles. Transferem os méritos de cristo para atitudes humanas. Devemos lembrar que na teologia paulina, nada no homem serve para a salvação. Os méritos são todos de Cristo e sua graça. Venceremos “com”, e “por” Cristo!
Em Cl 2,15, Paulo fala da vitória de Cristo sobre o reino das trevas, e seu completo domínio das coisas e situações atuais, sejam elas terrenas ou espirituais.

15 – O bom cheiro de Cristo,
Nossos sofrimentos, nossa renúncia, trazem a presença de Deus em nós. E isto é, o que chama a atenção do mundo, trazendo confusão, conflito e decisões para vida ou para morte. Isto fala que não ganharemos a todos neste mundo, mas deveremos influenciar a todos os que se depararem conosco!

17 – Falsificadores da palavra de Deus;
Paulo aqui não está sendo genérico ou teórico nestas palavras. Ele está afirmando a real existência de pessoas (obreiros?) com estas credenciais. Precisamos deduzir quem são? Como atuam? Onde estão? Quem são? São pessoas descompromissadas, convenientes e com aparência de piedade e humildade (santidade?). Geralmente exigem para si reconhecimento de autoridade espiritual, expõem-se como espirituais, místicos e cheios de dons de Deus.
Como atuam? Tem uma mensagem conveniente. Tal qual o camaleão, se comportam adaptando-se a lugares e situações de modo que não ofendam, causem atritos ou problemas pela dureza da verdade da palavra de Deus. Geralmente visam o bem próprio, o lucro e tem interesses espúrios.
Antagonismo, superficialidade e ocultismo são marcas de suas idéias e pensamentos. Filosofia, psicologia, neurolinguística e pensamento positivo também fazem parte do Show.Suas práticas e idéias são inócuas, não trazendo efeito positivo para o reino (salvação e regeneração da alma). São mais performáticos, retóricos e comunicadores que os genuínos homens de Deus.
“Quem fala uma mentira com coragem, terá mais sucesso do que um medroso falando a verdade” Sathiro Loureiro.
Onde estão? Nas casas, nas igrejas, nos púlpitos. Escrevendo, Comercializando suas visões, suas revelações e teologias. Quem sabe em nosso meio, na nossa estante ou na cabeçeira de nossas camas.


NOSSOS OBJETIVOS NESTA AULA SERÃO:
* A glória do evangelho é a simplicidade e sinceridade da pregação.
* O porque Paulo demorou-se a ir a Corinto.
* Os obreiros devem ser testemunhas (ter o cheiro) sinceras de Jesus Cristo.

DIVISÃO TÓPICA

1 – O MINISTÉRIO APOSTÓLICO DE PAULO.

1.1 – Confiabilidade e garantia do ministério (1.12-14).
Por mais que os comentários acerca do apóstolo fossem negativos neste período, na realidade até o crítico mais ácido do apóstolo, sucumbiria ao apelo de sua consciência. Pois em estando junto àquela Igreja, ninguém jamais teve motivos para duvidar da credibilidade paulina.

1.2 A força de sua consciência (1.12).
O obreiro que tem a consciência pura diante de Deus, suporta com facilidade acusações infundadas e maldosas. Pois com Deus tem um bom relacionamento, e tem em seu interior liberdade para o adorar.

1.3 – A autenticidade ministerial.
A unção do espírito Santo, e a marca dEle, ou seja, o selo, eram a prova de que ele Paulo e seus companheiros Timóteo e Tito dentre outros de seus cooperadores, eram autênticos ministros de Cristo.

2 – A ATITUDE CONFIANTE DE PAULO EM RELAÇÃO À IGREJA (1.23-2.13)

2.1 – Razões das mudanças de planos da ida de Paulo a Corinto (1.23-2.4).
Paulo havia manifestado anteriormente o desejo de rever os coríntios (1.15). Porém a dúvida sobre como seria recebido em face da oposição de um transgressor, que incitando a muitos, havia causado uma grande mazela a congregação ali existente. Naquele momento, o apóstolo julga não ser a melhor coisa a fazer. E ainda diz que o faz assim para poupar (os ânimos) os coríntios de algum tipo de constrangimento com sua presença. Mesmo longe deles, Paulo revela o quão constrangido estava seu coração (2.4).

2.2 – O perdão ao ofensor arrependido e a disciplina eclesiástica (2.5-11).
O perdão para membros inconstantes, ou causadores de males, deve ser liberado pela igreja. A disciplina por sua vez é uma ferramenta pedagógica, com caráter corretivo, jamais vingativo, também fazendo parte do amor cristão, liberada pela maioria dos santos (2.6).

2.3 - A confiança de Paulo no triunfo da Igreja (2.13,14).
Mesmo em demasiada tristeza pelos assuntos envolvendo os coríntios, pela demora da chegada de Tito para lhe auxiliar em Trôade que está na Ásia, a porta que se lhe abre está na Macedônia, o que constrangeu o apóstolo, pois com urgência deveria ele atender a providência divina que lhe abrira a referida oportunidade. Sentimentos antagônicos tomam conta de Paulo. O obreiro de Deus é assim, entristecido pelos homens e consolado por Deus.

3 – PAULO SE PREOCUPA COM OS FALSIFICADORES DA PALAVRA DE DEUS (2.14-17)

3.1 – A visão do triunfo do evangelho no mundo (2.14).
Sobre triunfo comentamos acima.

3.2 – Somos o bom cheiro de Cristo (vs 15).
Como os cortesãos que emanavam o perfume nos cortejos militares, assim são os obreiros, que auxiliam a Cristo com seus ministérios e dons. Perfumando o mundo quando anunciam a presença de Cristo em seu evangelho. Uns percebem este cheiro e se agradam (salvam), outros não o fazem assim, e este cheiro lhes serve de condenação.

3.3 – A ameaça dos falsificadores da palavra de Deus (2.17).
Na realidade os falsificadores (Gr Kapeleuein) são meros mercadores. Visam o bem pessoal, e fazem do ministério apenas um negócio. São convenientes, dão valor a aparência e a posições. Para estes o evangelho se amolda a várias situações, dependendo do tempo, pessoas e lugar.

CONCLUSÃO
A glória do ministério cristão está em sua autenticidade, realidade e confirmação por parte de Deus. Que nos capacita, dirige e provê em tudo, para que seu objetivo maior se realize em nossa vida e ministério. Fujamos da aparência, das posições e fiquemos no lugar onde fomos chamados, para que as bênçãos do Senhor nos acompanhem em sinais prodígios e maravilhas.
Deus abençoe a todos, e uma ótima aula a você caro professor.

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