Lição 04- 2º Trimestre 2009 - Despenseiros dos Mistérios de Deus
Lição 04 – Despenseiros dos Mistérios de Deus
De 26 de Abril de 2009
Comentário: Pb Cleber de Amorim / Criciúma SC
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Paz do Senhor aos amados professores (as) da EBD.
Vamos estudar nesta lição de domingo próximo, à essência do ministério na visão Paulina, e consequentemente aproveitando a temática, lançar-nos-emos superficialmente pelas escrituras, principalmente as do Novo Testamento, onde o grego abre-nos uma visão muito ampla sobre o tema em questão, pela diversidade de terminologias e figurações.
Paulo fala aos Coríntios que os crentes têm um papel importantíssimo no reino de Deus: Servir. Sim, Paulo usa a figura do ministério para nos ensinar o proceder como obreiros de Jesus Cristo. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4.1).
Em primeiro lugar analisemos os termos gregos que envolvem a temática:
a)Huperetas = Remador de barco (Galela), que remava no andar de baixo das embarcações, sempre regido pelo ritmo dado por um supervisor.
b)Diaconéu = Serviçal tanto de tarefas civis como religiosos. Biblicamente tem haver com servir mesas. Tem haver com o diaconato.
c)Doulos = Literalmente escravo. Douleu, serviço de escravo.
d)Leiturgo= Serviço civil e religioso pago pelo estado. Praticamente servidor público. Ou trabalhador assalariado. Geralmente indicando o serviço sacerdotal, o culto, o ritual, o levirato.
Para a palavra despenseiro, o grego fornece o termo oikomonos, que remete direto a administrador.
Bem como podemos ver tomando como ponto de partida dos termos originais das escrituras, perceberemos que em nenhuma terminologia encontraremos o obreiro, o ministro como alguém com suprema autoridade, revestido de uma aura imperial inatingível e inacessível. Pelo contrário as Escrituras nos mostram o ministro (servo, obreiro, escravo, mordomo, servidor de mesas, administrador etc.) como alguém que trabalha em função de outrem. Imbuído na tarefa de resguardar o bem alheio, e dar até mesmo sua vida pela causa do Mestre.
Vejam bem, as atitudes do ministro devem ser altruístas, desapegadas e desinteressadas. Em Lucas 12.37 há um grande exemplo disso: “Bem-aventurados os servos (Doulos – Escravo) a quem o Senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa, e aproximando-se, os servirá (Diaconei)”
O próprio Senhor nos afirma ser ele mesmo servidor de mesas, nos dando exemplo de como proceder no Reino de Deus.
Igualmente, devemos notar que os servos devem ser chamados por Deus (JO 15.16).
A chamada é um tema muito sugestivo para esta lição, pois dela advém o sucesso no ministério Cristão, afinal renunciar a si mesmo e tomar a Cruz de cada dia não é para qualquer pessoa.
Dou aqui alguns exemplos de homens chamados como Moisés nos capítulos 3 e 4 de Êxodo, Abraão em Gênesis 12, Samuel em I Sm 3, e no caso da lição em apreço o próprio Saulo de Tarso no momento de seu encontro com o Cristo da igreja em seu pleno Poder (Atos 9).
A chamada deve ser confirmada por Deus! Como no caso do Espírito Santo enviar missionários na Igreja de Antioquia (Atos 13). Com milagres e obras divinas e dons ministeriais. Hoje em um mundo fortemente evoluído, ciências humanas como Psicologia, Medicina, Engenharia, Administração etc. já provém métodos para gerenciamento de qualquer atividade humana e social. Devemos fugir destes preceitos puramente técnicos, e não olhar a Igreja e sua missão com olhos estatísticos, administráveis e técnicos! A Igreja de Jesus não é uma empresa, e por conseqüência não deve ser administrada como tal. O ministro não é um profissional, sua formação secular o capacita, o condiciona o ser melhor, e neste caso o Senhor também tem mais condições de usá-lo. Moisés foi educado por certo nas melhores Universidades do Egito, e teve condições de escrever sobre a Gênese do mundo, das espécies, dos astros etc. Paulo era versado, catedrático com uma mente brilhante, e isso o capacitou a falar de Cristo perante autoridades, filósofos, ricos etc.
Poderemos abordar também hierarquia eclesiástica. No caso neotestamentário, se observa claramente duas classes ou posições: Os Bispos (Presbíteros ou Anciãos) e os Diáconos (Servidores de mesa), consagrados posteriormente devido as grandes demandas dos necessitados, pobres e principalmente viúvas, para liberar os Bispos à oração e a Palavra de Deus (Atos 6).
Dons ministeriais são ministrados sobre os ministros (Servos), vide Efésios 4.11. Ali Paulo relata que o Cristo dá dons aos homens (no genérico) e a uns Ele faz Apóstolos, outros Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres.
Percebemos claramente estes não como títulos ou graus hierárquicos e sim capacitações de Deus para uso no cotidiano Eclesiástico.
Em suma, ministério fala de serviço! Muito trabalho na obra de Deus. O escritor aos Hebreus diz: “Ninguém tome essa honra para si, se por Deus não for chamado como Arão!” (Hb 5.4). Porém vimos com preocupação, a inversão de valores de hoje em dia quando muitos são consagrados ao “ministério” por conveniências, acordos, hereditariedade etc. A Igreja não é um Reino, ela faz parte do reino de Deus. Portanto não é uma empresa ou uma Dinastia. Onde está o chamado de Deus? As provas da chamada? Os milagres, a cooperação Divina nos ministérios?
Quanto aos Juízos descritos nesta lição, a intenção do apóstolo Paulo era isentar-se do juízo de muitos naquela Igreja de que Paulo não era apóstolo de Cristo. Paulo afirma a eles que nem mesmo ele se julgaria, pois a chamada era de Deus, e Deus é quem o julgaria então.
Agora o ministro deve ter em mente que, mesmo trabalhando de forma altruísta, e renunciosa ele jamais fugirá do julgamento de seu serviço, seja aqui na terra pelos homens, pela Igreja e por Deus. Como também deverá prestar contas de seu trabalho ali na glória também. Porém lá, o julgamento não será de aprovação, e sim de recompensa, com a entrega de galardões e da coroa (II Tm 4.8).
Deus te abençoe meu irmão, e boa aula!
Anexo - Comentário Reunião Departamento Escola Dominical - Criciúma- SC
Pb Cleber de Amorim
Os despenseiros ou ministros Cristãos devem ser prioritariamente pessoas abnegadas e dedicadas ao Reino de Deus, e não as suas conveniências. Deus nos tem chamado para sermos servos! Perceba, Deus chama, e isto deixa claro que antes de desejarmos ser o Senhor precisa nos permitir ser.
Ele é o dono da obra, e no caso de seu serviço Ele tem a primazia de escolha. A Timóteo, Paulo declara que Deus conhece os que são seus (II Tm 2.19).
Outro ponto importante é que homens podem interferir nos planos divinos, tomando para si a honra que não lhes é devida, pois Hebreus 5.4 diz claramente que ninguém deve tomar para si a honra de ser um obreiro se Deus não o chamar! Que tristeza, a Bíblia é tão clara, mas ainda vemos pessoas não muito humildes tentando ser aquilo que de fato todos vêem, menos ele, que Deus não está no negócio.
O ministério é árduo, espinhoso, difícil. Só mesmo os chamados resistem. Segundo o texto explorado para esta lição, a dois vocábulos são usados por Paulo: Uperetas e oikonomos significando remador e administrador respectivamente. Todos os dois no sentido de serviço laborioso, organizado e sistemático.
Os ministros deverão ter chamada específica e caracterizar-se por Fidelidade, piedade, responsabilidade, integridade e ter familiaridade com a palavra de Deus. Hoje em dia é muito fácil encontrarmos obreiros administradores, construtores e sistemáticos dentro de padrões humanos. Porém a obra carece de obreiros que distribuam os mistérios, as revelações, as dádivas, diretamente de Deus aos corações, e isto será feito a partir da utilização de dons que destacam o lado espiritual da obra de Deus, em contraste com as obras meramente humanas como construções, aquisições e conceitos baseados na lógica e ciência puramente humana.
O verdadeiro obreiro também será aquele que sabe conviver com responsabilidade de seu chamado, as críticas que advirão desta chamada. Somos vitrine, expostos a juízos: de Deus, da Igreja, de nós mesmos e da sociedade como um todo.
Fuçamos das palavras de Paulo a Timóteo nosso lema: “Procura apresentar-te a Deus aprovado!” (II Tm 2.15)
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