Blog do Preletor Cleber de Amorim

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Lição 08– O Pecado de Davi e suas Consequências

Lição 08– O Pecado de Davi e suas Consequências

De 22 de Novembro de 2009

Comentário: Pb Cleber de Amorim / Criciúma SC
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Comentário da Lição nº 8 da Revista da Escola Bíblica Dominical, das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB) Ed. CPAD, RJ, 4º Trimestre de 2009.

Leitura Bíblica em Classe: II Sm 11. 2,4,5, 14-17.

Divisão Tópica

Introdução

I – Davi e a Tentação Antes do Pecado

1 – A realidade da tentação.
2 – As fontes da tentação.

II – Davi e o Seu Pecado

1 – O pecado camuflado.
2 – O pecado descoberto e exposto.

III – Davi e as Consequências do Pecado

1 – Consequências emocionais.
2 – Consequências espirituais e físicas.

Conclusão




Subsídio



Paz do Senhor aos amados professores (as) da EBD. Nesta lição vamos aprender de Deus mais um pouquinho. Tenho dito aos meus estimados alunos de minha classe de Jovens aqui na sede de Criciúma, que parece que Davi foi um de nossos líderes, e que sua história aconteceu a dias atrás, tamanhos a atualidade dos ensinos que sua vida, saga e reinado nos remetem. Liderança, autoridade, estratégias, hierarquia, ética, política, reconhecimento, juízos, decisões, conflitos internos e externos etc. Assuntos atualíssimos no mundo corporativo, secular e porque não ministerial eclesiástico?

Neste domingo teremos a oportunidade de expandir nossos conceitos e conhecimentos de Deus na pessoa de Davi, agora como um modelo de pecador consciente, voluntário e grotesco. Porém nele observaremos a graça, a tão maravilhosa graça propagada nos ensinos neo testamentários, que se contrapõe ao rigor e temeridade da justiça da Lei de Moisés, bem como a interpretação farisaica da mesma nos dias do amado Nazareno.

A misericórdia divina dirigida a Davi, em forma de justiça, não o isentou de consequências que o seguiram pelo resto de sua vida e fim de seu reinado, como consequências emocionais, espirituais e conflitos familiares. Mesmo tendo experimentado do favor divino ainda na antiga aliança, Davi pode perceber que a graça de Deus não lhe foi, e jamais será barata.

Como subsídio para esta lição abordarei os seguintes temas: Pecado e Tentação.


Pecado. Quais foram os pecados de Davi nesta ocasião?

Pelo menos dois: Homicídio e adultério.


Homicídio


Alguém pode dizer: Mas Davi nunca havia matado antes? Sim seria a resposta. Porém em outras oportunidades seja como defensor da honra de Jeová perante inimigos deste e de seu povo, ou como monarca de Israel, ele guerreava as batalhas do seu Deus, e jamais em causa própria. Aqui no caso de Urias, ele goza da plenitude de seu reinado, tanto que não foi à guerra, tamanha era o preparo de seu exército. Homicídio aqui, por que em primeiro lugar ele mata uma pessoa que lhe era fiel (traição), e agregada a seu povo (Urias era hitita/heteu) que também guerreava em favor do Deus de Israel. Jeová sempre fez justiça aos estrangeiros que andaram e habitaram em Israel. Urias não era inimigo, e sim aliado. Outro sim, havia interesses escusos neste ato (cobiça).


Adultério


Sobre o adultério, fica claramente exposto nas páginas sagradas que um rei tinha, não por desejo de Deus (Deuteronômio 17.17) e sim por conveniência, muitas esposas derivadas de acordos com reis de povos subjugados, que em demonstração de lealdade ao monarca dominante dava sua filha em sinal de aliança extrema de lealdade e junção de povos, raças, sangue etc. Certamente Deus não via com bons olhos estes procedimentos. Quanto às concubinas, não vejo outra forma de comentários a não ser aos meus olhos, ser uma forma de demonstração extrema de poder e arrogância. Mas mesmo nestas ocasiões, havia a cerimônia e oficialização do matrimônio.

Por isso mesmo, fica mais evidente o adultério de Davi com a esposa de Urias, neste contexto. Pois ele como servo do rei tinha até onde se sabe apenas uma mulher.

No contexto deste cenário poderíamos descrever vários pecados periféricos por assim dizer, que perfazem este relato, porém os que mais se destacam aqui seriam o homicídio e o adultério.


Tentação


Vamos definir tentação, em primeiro lugar:

1) “Ação ou efeito de tentar/ Desejo imperioso/ Atração pelo que é proibido, censurável etc./ Pessoa ou coisa que é o objeto de tentação”. Ximenes, Sérgio – Dicionário, 2ª Ed. 2000 SP Ediouro.
2) “Indução para o mal por sugestões do diabo ou da sensualidade” Boyer, Orlando. Enciclopédia Bíblica , 9ª Ed. 1987 SP Soc. Bíblica do Brasil.

Vocábulos:

1) Massah (hb), Teste, provação. Deuteronômio 4,34; Salmos 95,8 e 9; dentre outros.
2) Peirasmos (Gr), Submeter a prova. Mateus 6.13; 26,41 dentre outros.

Tiago 1.12,13 deixa bem claro que Deus não tenta ninguém a fim de saber se este lhe é fiel. Agora analise I Coríntios 10.13. Aqui Paulo explica aos Coríntios que a tentação não vem de Deus, mas por outros meios, e mesmo assim Ele não permitirá que ela seja maior que o nosso limite de suportar.

A tentação como verbo, deverá ter um agente desta ação. Biblicamente o agente da tentação desde a antiguidade é o Diabo (tentador). Ele usa meios como seres humanos (amigos, parentes, inimigos etc), intempéries, eventos, flagelos, mentiras, injúrias, escárnios, afrontas e na maioria dos casos a sedução pela luxúria, prazeres, glutonarias eventos e festas e por aí vai. Porém de uma coisa Deus nos guarda nas investidas do tentador, a saber, o mal. Jesus orou por isso (Mateus 6.13; João 17,15). Mal aqui vide como a possibilidade de praticarmos o que é mal e répobro aos olhos do Senhor.

Para Jó o mal seria morte, para os cristãos autênticos da época de Roma seria a negação a Cristo, que lhes facultaria a morte eterna, visto que morreram. Enfim logo deduzimos que o mal aqui descrito seria a pior das possibilidades, ou intensidade de tentação a que um cristão individualmente poderia passar. Ou ainda um conceito, um padrão ou condição moral, física e espiritual da igreja em uma época ou tempo. A tentação subentende-se então como uma condição que desafia o cristão em sua individualidade ou responsabilidade coletiva, a agradar a Deus mais do que ceder a chamados satânicos, seculares e carnais, mesmo que as convenções sociais permitam ou mesmo incentivem práticas como vemos hoje de homossexualismo, fornicação e adultério, divórcio, drogas e etc.

Nestes tempos modernos, hodiernos e pós modernos, Satanás o grande agente da tentação, parece que nem está mais precisando ser temerário como no passado quando incentivava os poderosos a imolarem cristãos. A situação está tão cômoda, que a própria programação das mídias, os costumes e convenções sociais e em seu modernismo, já patrocinam um estilo de vida totalmente alienado da graça divina, induzindo o povo a perdição.

A realidade é tão crítica, que nem líderes têm sido poupados da desgraça, e caindo tem escandalizado a muitos, e os fazendo cair. Que Deus tenha misericórdia de seu povo e nos livre do mal.

Podemos analisar ainda a afirmação de Cristo quando diz: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” Mateus 26.41. Existem tentações que nos sobrevêm em momentos inesperados, porém existem aquelas de que somos atraídos e engodados (Tiago 1.12,13) por nós mesmos, e entramos por um caminho às vezes sem volta! Foi assim com o Rei Davi, em um momento de “descontração”, irreverência a sua posição, e quem sabe de “onipresença” vide arrogância etc.

Poderíamos aqui abrir espaço para a discussão do momento, hora e ocasião em que se dá a tentação, mas para não nos delongar ficaremos por aqui.







Definição de Pecado


Então vamos analisar os termos originais para pecado:

O termo tem em sua raiz etimológica, várias vertentes, porém sempre com conotações negativas, ex: do grego:
1) Armatia indica errar o alvo, fracassar;
2) Anomia significa desregramento, geralmente no sentido moral (I João 3.4);
3) Asebeia significa impiedade (II Pedro 2.6);
4) Parabasis = Transgressão (Mateus 6.14);
5) Paranomia é a quebra da lei (Atos 23.3; II Pedro 2.16);
6) Paraptoma fala de passos em falso (Mateus 6.14; Efésios 2.1).

O pecado pode ser um ato ou um estado, e o NT o mostra de várias maneiras, porém sempre de forma negativa.

Uma análise bíblica sobre o fermento nos ensinará que a abordagem veterotestamentária do termo é simplesmente literal, e que ensinos brotam daí por interpretação. O fato é que não se usou fermento nos pães na véspera da páscoa pela apressada saída Israelita do Egito (Êxodo 12.11); que o fermento era proibido em todas as ofertas feitas ao Senhor pelo fogo (Levítico 2.11; 6.17). Já no NT o termo é usado de forma metafórica simbolizando, por exemplo, a doutrina corrupta dos Fariseus, Saduceus (Mateus 16.6) e o pecado como no caso em apreço nesta lição (I Coríntios 5.6).

O que mais desagrada a Deus, além de pecarmos é claro, é o fato de como escondemos nossos erros. Todo pecado em primeiro plano é escondido, depois conformado, depois aceito e por fim estereotipado. É um processo, com começo meio e fim. Psicologicamente falando seria a negação, a aceitação e a exposição.

Porém situação constrangedora é quando Deus levanta um profeta como no caso Natã, para expor a hipocrisia de Davi. Pois até ali seu erro estava encoberto dos homens, em conluio com Joabe e mais ninguém. Porém a vara disciplinadora de Jeová, pois termo a atitude do rei, e concertou sua vereda, para que seu fim não fosse trágico.


Consequência do Pecado


Biblicamente é a morte (Romanos 3.23; 6.23). Alguns falam das consequências como um castigo, uma paga. O pecador que não conhece a lei peca sem saber (Números 15.28), e quando ouve o evangelho e crê; seus pecados são perdoados e se torna uma nova criatura, onde as coisas velhas passam na visão de Deus (II Coríntios 5.17) sem nenhuma condenação (Romanos 8.1). Cremos que toda maldição da velha vida e da velha criatura é por Cristo desfeita na Cruz.

Porém o que acontece depois que pecamos após conhecermos o evangelho? Dentro da doutrina do pecado existem graus de pecado. Não há pecado que não seja perdoado, porém não há como não diferenciarmos uma discussão, por exemplo, de um homicídio. Para um basta um conselho, porém para outro as consequências serão penais, legais e fatalmente gerarão prisão.

Podemos ver com certeza, que a vida de Davi teve duas divisões, antes e depois do adultério. Depois deste Davi sofre com sua família e chora o estupro de sua filha Tamar, a mortes de Amon e Absalão seus filhos, a tomada de seu reino por Absalão dentre muitos outros fatos. Também me admiro a forma como Deus na mesma hora em que repreende Davi o perdoa, e como consequência lhe tira o filho que Bate-Seba gerou com o rei deste adultério. Davi com certeza experimentou a graça na antiga aliança, talvez por isso, graça e misericórdia divinas, mais um coração quebrantado, puderam gerar uma das mais reluzentes pérolas da poesia hebraica, o Salmo 51.

Professor, neste domingo, com amor e misericórdia, ensinemos o bom caminho da obediência a Deus, em contraponto a uma vida de permissividade e leniência com relação ao pecado. Ensinemos o povo, alertando-o que vale a pena ser fiel, e que Deus tem um caminho mais excelente para nós!


Boa aula, e que Deus seja louvado!

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